Depressão: Um Sinal do Corpo para Repensar a Vida

Sentiu dificuldade em encontrar energia para as tarefas do dia a dia?

Sente-se preso a pensamentos sobre o passado ou preocupado com o futuro?

Perdeu prazer em atividades que antes lho proporcionavam?

Se estas questões lhe soam familiares, saiba que não está sozinho. Se tem sentido que está a carregar um peso invisível, saiba que o seu corpo pode estar a tentar ajudá-lo a encontrar um equilíbrio. A depressão, sobretudo nas suas formas leves a moderadas, é uma resposta adaptativa do nosso corpo e da nossa mente. Quando experienciamos estas formas de depressão, é como se o organismo dissesse: “É hora de parar, poupar energia e repensar as prioridades”. Nestas situações, embora a experiência possa ser profundamente desconfortável, esta perspetiva ajuda-nos a entender que a depressão também tem raízes evolucionárias e pode ser uma tentativa desesperada do organismo para nos tentar proteger e assegurar a sobrevivência.

Mais do que uma entidade fixa, a depressão é a experiência única de cada pessoa, que reflete o seu contexto, as suas histórias e os desafios que enfrenta. Não existe “a depressão” no abstrato; existem pessoas que vivem a experiência de estarem deprimidas.

A depressão como uma estratégia de poupança de energia

Ao longo da evolução humana, momentos de retração e recolhimento poderiam ter sido cruciais para evitar esforços desnecessários em objetivos que não traziam benefícios ou recompensas. Quando os recursos são escassos – sejam eles físicos, emocionais ou sociais – o nosso corpo pode adotar um “modo de poupança”, ajudando-nos a conservar energia e a evitar riscos. A depressão, neste contexto, é um sinal de que precisamos de reequacionar as nossas ações e objetivos.

Se ignorarmos estes sinais e continuarmos a perseguir objetivos que não são recompensadores, o saldo energético torna-se deficitário e pode esgotar completamente os recursos disponíveis. A depressão, neste sentido, pode ser vista como um mecanismo que nos força a abrandar e a reavaliar como estamos a utilizar os nossos recursos.

A importância da conexão

Numa altura em que os recursos são poucos, afastar-se dos outros pode ser muito tentador e compreensível; afinal os outros são a fonte de parte importante do nosso stress. No entanto, a verdade é que também precisamos dos outros para recarregar as nossas baterias. Relações de apoio, empatia e compreensão não só nos ajudam a recuperar energia, mas também nos lembram que não estamos sozinhos. Procurar este apoio, seja de amigos, família ou  profissionais, é um ato de coragem e uma forma de cuidar de si mesmo.

Encontrar significado através dos valores

Num estado depressivo, pode parecer que a vida perdeu o sentido. Imagine alguém que valoriza a conexão, mas se sente sem energia para ligar a um amigo, ou uma pessoa que adora criar, mas está sem ânimo para desenhar ou escrever. Nesses momentos, os valores – aquilo que é mais importante para si – podem servir como uma bússola que o ajuda a encontrar pequenas ações significativas. Pergunte-se: “Que ações, por mais pequenas que sejam, refletem aquilo que eu valorizo?”.

Por exemplo, se valoriza o cuidado com os outros, talvez possa começar por enviar uma mensagem simples a alguém que aprecia. Se valoriza a natureza, dar um pequeno passeio no parque pode ajudar a reconectar-se. Estas ações não precisam de ser grandiosas; o importante é que sejam alinhadas com os seus valores. Aos poucos, este alinhamento ajuda a reconstruir uma sensação de propósito e a retomar uma vida com significado.

Um convite ao cuidado: o tratamento da depressão

Se estas palavras ecoam as suas dificuldades, saiba que existe um caminho para além da dor. A depressão não é um sinal de fraqueza, mas um lembrete de que algo em si precisa de cuidado e atenção. Na Psicoflex, ajudamos a transformar momentos de desafio em processos de crescimento. Agendar uma consulta de psicologia clínica pode ser o primeiro passo no tratamento da depressão.

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Experiência profissional

A Maria João Varela é coordenadora clínica da Psicoflex. Tem ampla experiência profissional com múltiplas populações, em problemáticas tão diversas como em perturbações de sono, de humor, de ansiedade e stress, tais como Insónia, Depressão, Perturbação de Pânico, Ansiedade Social e de Desempenho, Stress, Trauma, Luto e adaptação à doença.

Ao longo do seu percurso profissional tem realizado intervenção em diversas valências, incluindo, no início do seu percurso profissional em contexto de Cuidados de Saúde Primários, posteriormente também em contexto de Unidade Socio-Ocupacional (USO) com utentes com perturbação mental grave (psicose, esquizofrenia, doença bipolar, perturbações de personalidade), com idosos em contexto de residência sénior e com crianças em contexto educativo. Paralelamente, tem realizado também intervenção clínica em prática privada, tem conduzido diversas intervenções em grupo em múltiplas problemáticas e tem ainda dinamizado cursos de formação em práticas meditativas Mindfulness, presencialmente e online.

Uma experiência clínica ampla e diversificada constitui uma mais-valia, permitindo:

  • um forte enriquecimento da compreensão clínica de cada caso
  • uma melhor capacidade de adaptação a diferentes necessidades e contextos da pessoa que procura acompanhamento psicológico
  • o desenvolvimento de uma visão abrangente do ser humano
  • o desenvolvimento de respostas diferenciadas e mais ajustadas às especificidades de cada caso, potenciando a eficácia clínica das intervenções levadas a cabo