Ansiedade Social – Quando os Outros nos Assustam

O medo de ser julgado negativamente pelos outros impede-o de fazer coisas de que gosta?

Já evitou situações sociais por receio de cometer um erro ou parecer inadequado?

Sente o coração acelerar ou que fica “paralisado” quando precisa de falar em frente a outras pessoas, mesmo em grupos pequenos?

Costuma analisar excessivamente as suas conversas ou ações, imaginando que os outros o podem ter julgado de forma negativa?

Se respondeu “sim” a alguma destas questões, é possível que esteja a lidar com ansiedade social.

O que é a ansiedade social?

A ansiedade social não é apenas timidez; é um medo intenso e persistente de ser avaliado negativamente em situações sociais ou de desempenho. Quem vive com ansiedade social pode evitar falar em público, encontros sociais ou até simples interações, temendo errar ou ser alvo de crítica. Muitas vezes, antes mesmo de uma interação, surge uma onda de preocupação que não desaparece durante o evento e persiste muito tempo depois. É como carregar uma lupa imaginária que amplifica cada palavra ou ação, transformando o quotidiano num campo minado emocional.

Mas por que razão o nosso corpo e mente reagem assim?

Primeiro vamos entender um pouco o nosso cérebro?

O cérebro está “encerrado” numa caixa – o crânio – e só tem acesso ao mundo através dos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Para além disso, recebe constantemente informações sobre o estado interno do corpo, como o ritmo cardíaco, a atividade do sistema imunitário ou o nível de açúcar no sangue. Este “sentido interno” tem o nome técnico de interocepção.

Os sinais externos (o que vemos, ouvimos ou sentimos) e internos (como sentimos o corpo por dentro) são a matéria-prima com que o cérebro cria, a cada instante, uma imagem do mundo e de nós mesmos. É a partir destas informações, combinadas com as nossas experiências passadas, crenças e normas culturais, que o cérebro constrói aquilo que sentimos e vivemos como a nossa “realidade”.

Como se desenvolve o medo dos outros?

No caso da ansiedade social, devido às experiencias de vida precoces, nomeadamente experiências de vergonha no seio familiar ou na escola, o cérebro interpreta determinadas situações como ameaçadoras, mesmo que objetivamente não o sejam. É como se o cérebro tivesse ativado um alarme, mesmo quando não há perigo real, criando uma sensação de vulnerabilidade e amplificando o receio de julgamento.

É importante lembrar que, apesar de poder tornar-se incapacitante, a ansiedade social é compreensível — e mais importante ainda, tratável. Ao compreender como o cérebro funciona, podemos começar a desmontar estas reações automáticas e construir uma relação mais leve e equilibrada connosco mesmos e com os outros.

Aprender a questionar as “histórias” da mente

A nossa experiência não é uma cópia fiel da realidade, mas uma construção única, influenciada por tudo o que vivemos, acreditamos e sentimos. Quando aprendemos a observar esta construção, damos o primeiro passo para transformar o que nos limita.

Na Psicoflex, ajudamos a perceber como o cérebro constrói a nossa experiência e acompanhamos os nossos pacientes no caminho para uma vida mais flexível e com significado.

Notícias Relacionadas

Preencha com os seus dados

Experiência profissional

A Maria João Varela é coordenadora clínica da Psicoflex. Tem ampla experiência profissional com múltiplas populações, em problemáticas tão diversas como em perturbações de sono, de humor, de ansiedade e stress, tais como Insónia, Depressão, Perturbação de Pânico, Ansiedade Social e de Desempenho, Stress, Trauma, Luto e adaptação à doença.

Ao longo do seu percurso profissional tem realizado intervenção em diversas valências, incluindo, no início do seu percurso profissional em contexto de Cuidados de Saúde Primários, posteriormente também em contexto de Unidade Socio-Ocupacional (USO) com utentes com perturbação mental grave (psicose, esquizofrenia, doença bipolar, perturbações de personalidade), com idosos em contexto de residência sénior e com crianças em contexto educativo. Paralelamente, tem realizado também intervenção clínica em prática privada, tem conduzido diversas intervenções em grupo em múltiplas problemáticas e tem ainda dinamizado cursos de formação em práticas meditativas Mindfulness, presencialmente e online.

Uma experiência clínica ampla e diversificada constitui uma mais-valia, permitindo:

  • um forte enriquecimento da compreensão clínica de cada caso
  • uma melhor capacidade de adaptação a diferentes necessidades e contextos da pessoa que procura acompanhamento psicológico
  • o desenvolvimento de uma visão abrangente do ser humano
  • o desenvolvimento de respostas diferenciadas e mais ajustadas às especificidades de cada caso, potenciando a eficácia clínica das intervenções levadas a cabo